setembro 21, 2011

Um pulo

E nessa tentativa de voltarmos pra nós, 
você se perde mais
e eu não encontro o caminho de volta pra mim. 
Nossa história nos procura. 
Encontra a brecha, se espalha em nossas frestas, 
se instala desesperada no que sentimos, 
se agarra louca ao que podemos ser,
pra depois se rachar ao meio  
toda vez que você desperdiça o momento,
toda vez que eu deixo que o instante se desmanche.
E o sentimento vira brisa, 
movimento preso no gesto falho, 
no afeto que vira nó. 
Tanto ainda pra ser vivido, 
mas como se faz uma história teimosa 
que termina sem acontecer, 
que não começa e não chega ao fim? 
Como se vive algo que se desmancha 
a cada palavra impensada, 
a cada silêncio fúnebre, 
a cada fuga de si? 
E como se acaba
o que é tão vivo no lado de dentro 
e só poeira no lado de fora? 
E nessa busca incessantemente inerte, 
vou ensaiando sonhos de não te lembrar, 
você vai treinando fantasias de me esquecer.
Quem sabe da certo,
o que vai dizer como acontecer?

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