abril 15, 2024

Se foi

Os passos ecoam no asfalto 

Cada brilho de luz que se faz em sombra

Quando te pedi 5 minutos a mais

Continha o grito de socorro apenas

Mas você nem olhou pra trás. 


abril 02, 2024

Ciclo

Você quer fugir do ciclo

Fingir que não se repete

Seus lábios ecoam as palavras de 5 anos atrás

Se mantém a covardia sem arriscar

A solidão que te invade é refletida 

Cada partícula de luz do seu olhar 

Se escolha  

Caia no erro se for capaz

Já basta de tortura

Gire de novo 

e não olhe pra trás

março 28, 2024

Segundos

Você me tocou como o sereno da manhã fria de outono

Eu reagi como Darcy um dia o fez

Com seu olhar me rendendo por segundos

E se foi

Como se não houvesse sido

Enquanto eu ainda estava em seus braços e coração 

Sentindo sua respiração 

Estática como as folhas molhadas no asfalto 

Que encaram meu devaneio 

E me julgo mais uma vez

fevereiro 08, 2024

Volta

Sai sem rumo, 

Vagando no escuro 

Perdida por fim. 

Encontrei meu próprio rastro

Por cima de um muro 

Onde o brilho obscuro 

Foi um guia pra mim. 

setembro 16, 2021

As vezes,

 as poesias mais lindas são sobre as coisas mais simples . 

Rotineiro. 

Cotidiano. 

Presença. 

setembro 09, 2021

Chama

Segui o caminho até você 

Guiada por não sei mais o que 

Antes de chegar já encarava o erro

E mesmo assim me permiti errar 

Seus lábios como fogo 

Puxando, queimando, me cegando

O gosto do arrependimento, parece que gosto 

Não quero te escutar e prefiro te calar

Não se apaixone novamente, eu já avisei

Apenas mais um erro para coleção 

Eu sei que voltarei nesse caminho 

Apenas por que a porta fica sempre entreaberta 

Levo o calor comigo, por inteira

Ele que me chama 

Como chama


junho 18, 2021

Sombras

O jeito que a luz reflete na parede branca
Com a sombra dos seus movimentos
Talvez minhas reações sejam apenas como sombras 
Eu sei o que você espera
Só não sei por que cumpro
O seu olhar me constrange 
Mas você enxerga como completa
Olhe as sombras
Como eu
Evite o olhar direto
Evite a claridade
Facilidade
Mas logo estou encarando 
As sombras
Novamente

abril 30, 2021

Palavras ocultas

Consigo ler suas palavras,

através das linhas dos seus músculos.

A voz, nunca escuto.

O olfato sente o aroma que você provoca.

O calor do corpo.

Tátil, úmido.

As respostas internas acontecem naturalmente.

Acelerado, desregulado.

Invade a mente.

Como são boas as suas palavras. 

março 21, 2021

Completo estranho

Me entreguei por inteira

Para desistir por completo 

São os detalhes 

As omissões 

As ameaças 

Deixei de te conhecer 

Comecei a odiar um estranho 

Uma mistura de luto e rancor 

Prefiro uma ausência sincera 

Não preciso mais de falsas presenças


março 12, 2021

Nada

 É muito triste olhar pra alguém que você amou muito e não sentir nada. Absolutamente nada. Só raiva e muitas saudades. Só um vazio sem graça, feio, solitário. Mais triste é saber que alguém que te amava muito, agora te olha assim, sem se importar, sem se interessar. É dessa forma que eu te vejo hoje, mas ó: foi você mesmo quem me fez ficar assim.

janeiro 12, 2021

05:37

 

Uma fresta, um fio de luz que entra.
Olho o relógio atordoada, que horas são?
Aos poucos vou despertando, estou atrasada?
Não sei ao certo que compromisso havia agora pela manhã.
O relógio mostra 05:37. Como já há sol?
Me estico. Espreguiço.
O laranja aumenta.
Fico ou vou?
A bexiga faz a decisão por mim.
Me arrasto. É tão cedo.
O laranja me chama a varanda.
Lá fico.
O despertador toca.
07:30.
Já fui tão longe sem sair do lugar, ou sai?
Volto para me vestir, e minha cama chama, mesmo estando fria.
Encaro o travesseiro amassado, o outro intacto.
08:00.
A rotina me chama, ainda bem.

janeiro 11, 2021

Poeira

 A poeira acumulou por cima do meu prato servido

Uma fresta de luz ilumina o ambiente cinza

Procuro alguma perspectiva

Por trás da nuvem enxergo sua sombra

ou pode ser que imagine

Ou era ali que você costumava ficar?

Tento lembrar a musica que tocava

Acho que eu estava dançando mesmo sem som

Você me deixou ali

Sem escolha

E fiquei

O tempo passou

Estou encarando a poeira

Quanto tempo faz?

janeiro 26, 2017

Levo

E nessa deixa te devoro, como deveria acontecer.
Já esqueci dos detalhes,
Ignorei os olhares,
Já nem quero mais saber.
Só quero mais, talvez mais de você.
Apago os lembretes,
Excluo os alertas,
De repente eu chego lá.
O futuro não importa, levo o sonho e você.

abril 25, 2014

Passivo

Através dos dias, das palavras e dos olhares.
Brisa não desenvolve ventania.
O final do livro já relido.
O que espera?
Não há mais tentativa ou inspiração,
Fuga de uma ilusão ultrapassada e remoída.
Mas não quer enxergar além.
Envolvida no véu de sombras e recordações.
Alheia ao tempo e a razão.
Se é falha que aguarda,
É o desespero que encontrará.
Apenas sobreviva.

abril 03, 2014

Pérola

Com tanto a agradecer justifico ao tempo,
a experiência e a razão.
Um dia após outros, ás vezes me lembro.
A pérola pode ter se degradado, 
provando que não era real.
Mas a brisa passa para que não esqueça.
Não esqueça aquelas palavras.
Ou para quem escrever.

junho 06, 2012

Fênix

Entorpecida pelo seu toque,
sensível as suas palavras,
distante do percurso temporal.
E preocupada com o tempo que passa.
Tempo que voa,
como fênix imortal.
Radiante e fim.
Tenho em suas asas meu calor,
em seu peito minha calma,
em sua respiração meu suspiro.
Em seu rasante, fênix,
te aguardo.

maio 27, 2012

Imensidão

Ao lado da estrela,
rodeando tal constelação.
Um brilho imensurável,
no meio da escuridão,
Pela passagem fluida.
através dos meteoros.
Enfim, é para você que eu olho.

março 12, 2012

Enfim

Estarei longe de qualquer pedaço seu,
Afastada de todas as suas lembranças,
Além de nenhuma ideia.
Vivemos.
Agora não mais.
A parte em alguma esquina.
Sorrisos aleatórios a qualquer luz.
Memória do que ainda será, enfim.

dezembro 09, 2011

Mais

Mais do que tempo,
Lembranças, saudades.
Desejos.
Não somo iguais todos os dias.
Para cada dia termos uma história diferente.
Quero mais.

setembro 21, 2011

Um pulo

E nessa tentativa de voltarmos pra nós, 
você se perde mais
e eu não encontro o caminho de volta pra mim. 
Nossa história nos procura. 
Encontra a brecha, se espalha em nossas frestas, 
se instala desesperada no que sentimos, 
se agarra louca ao que podemos ser,
pra depois se rachar ao meio  
toda vez que você desperdiça o momento,
toda vez que eu deixo que o instante se desmanche.
E o sentimento vira brisa, 
movimento preso no gesto falho, 
no afeto que vira nó. 
Tanto ainda pra ser vivido, 
mas como se faz uma história teimosa 
que termina sem acontecer, 
que não começa e não chega ao fim? 
Como se vive algo que se desmancha 
a cada palavra impensada, 
a cada silêncio fúnebre, 
a cada fuga de si? 
E como se acaba
o que é tão vivo no lado de dentro 
e só poeira no lado de fora? 
E nessa busca incessantemente inerte, 
vou ensaiando sonhos de não te lembrar, 
você vai treinando fantasias de me esquecer.
Quem sabe da certo,
o que vai dizer como acontecer?

julho 25, 2011

Encontro

É difícil recordar o ultimo abraço, depois de tanto tempo.
É difícil lembrar o ultimo sorriso, com as lágrimas escorrendo.
A saudade não aumenta, nem diminui; permanece.
Sinto sua respiração, como se nunca deixaste meu lado.
O desejo da sua presença, do seu toque, do seu sorriso.
Longe estas, mas saberei como te encontrar.
Chegada a hora, o presente se vai.

julho 04, 2011

Milésimo

De repente acordo e sei.
Tudo que eu achei saber.
Não foi nos meus ouvidos que você suspirou,
mas no meu coração.
Não foram meus lábios que você beijou,
mas minha alma.
Um certo milésimo de um presente oportuno.

junho 15, 2011

A parte

Sentir
Dor por sentir
Culpa
Vontade
Realidade
O conto de fada inventado
Real em outro mundo
Esquecido neste.

maio 18, 2011

Nebulosa

Nebulosas, 
Cristalinas linhas,
Estonteantes,
Pacíficas.
Finda-se a viagem, 
o passeio da ilusão.
Cria-se no mistério, no calor da descoberta.
Ausente como o mar,
na escuridão do meu anseio,
Nebulosa cristalina minha,
perdida,
aguarda.

Precipício

Como um espelho,
sem rosto.
Tal lustre,
sem brilho.
Passada errante,
sorriso escondido,
fado perpétuo.
Sinta-me perder.
Melodia, ritmo,
valsa sonífero.
Tarde fim 
de um precipício.

maio 09, 2011

É desse jeito

Deslizes

Não sei porque insisto tanto em te querer,
 se você sempre faz de mim o que bem quer.
 Se ao teu lado sei tão pouco de você,
 é pelos outros que eu sei quem você é.
 Eu sei de tudo, com quem andas, aonde vais,
 mas eu disfarço o meu ciúme mesmo assim 
pois aprendi que o meu silêncio vale mais 
(e desse jeito eu vou trazer você pra mim).
 Como um prêmio, 
eu recebo o teu abraço subornando o meu desejo tão antigo, 
e fecho os olhos para todos os teus passos.. 
Me enganando, só assim somos amigos! 
Por quantas vezes, me da raiva te querer.. 
Em concordar com tudo que você me faz. 
Já fiz de tudo pra tentar te esquecer, 
falta coragem pra dizer que ‘nunca mais’.
 Nós somos cumplices, nós dois somos culpados. 
No mesmo instante em que teu corpo toca o meu 
já não existe nem o certo nem o errado, 
só o amor que por encanto aconteceu! 
E é só assim que eu perdoo os teus deslizes 
e é assim o nosso jeito de viver;
 Em outros braços tu resolves tuas crises, 
em outras bocas não consigo te esquecer.

março 03, 2011

A Ausente - Vinicius de Moraes

Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à idéia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranqüilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios 
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...

fevereiro 20, 2011

Lembrança

Ele procura aqueles lábios,
carinhosamente,
suave.
A vontade,
apaixonado,
de uma beleza improvável.
Um beijo relembrado.

fevereiro 11, 2011

Tropeços com Hematomas

Sou a pessoa mais destrambelhada que eu conheço.
Tropeço a cada esquina em qualquer coisa. 
Seja em um sorriso, uma pedra ou em uma lágrima.
E nem todo tropeço há uma queda. 
Deixam até marcas, mas sem nenhuma dor.
Essas marcas gostosas e importantes da vida, 
se escondem nos cantos das salas, 
nas vigas das escadarias 
ou às vezes estão no meio das praças, 
no meio da rua pra todo mundo tropeçar...
Basta prestar um pouco mais de atenção!
Mas nem todo mundo se dá conta da sensação 
de se deparar com essas coisas,
tropeçar e cair com a mais pura sensação de felicidade.
É que não se explica,
que coisas são essas. 
Mas tenho me dado por contente 
por cada um desses hematomas em mim.

janeiro 26, 2011

Assim

Desisti de salvar o mundo,
quero salvar somente o dia.
Salvar a alegria do nosso encontro,
então me preocupo em manter,
a doçura do rosto,
a leveza do traço,
o balançar do corpo,
meu corpo em teu abraço.
Então me despreocupo,
me ocupo ao teu agrado,
é isso que vale,
o resto ao acaso.

janeiro 03, 2011

Olha.

Não tem como não sorrir,
Para os seus olhos.
Eu sei que quando você para e me olha,
você pensa.
Eu só queria saber o que.
Quando pergunto,
é mais que curiosidade.
É sugestão.
Eu só quero você.
Então me olha, e diz.

dezembro 18, 2010

Lugar

É muito certo que virá um riso espontâneo
se o pensamento der espaço a memória
ou se o livro abrir na poesia grifada.
Guardamos vestígios para que nunca,
em hipótese alguma, possamos esquecer.
Embora as tentativas sejam inúmeras,
voltamos a tempo de que ela não se apague,
não se perca, não se transfira.
Voltar faz o futuro mais seguro.
Não fecho o coração para o passado,
Abro as portas e as janelas:
Eu saberei aonde me encontrar.

novembro 12, 2010

Ampulheta

Gostos estranhos,
extremos errantes,
verdades chocantes,
mentiras ambíguas,
certeza castigante.
Assim, ou mais, se passa o tempo,
na ampulheta recheada de vento.

setembro 29, 2010

Diga sorrindo

Bobagem a gente pensar que passa,
que o tempo passa,
que os dias voam,
que a fila anda,
que a vida segue,
se o passado revive
se a lembrança persegue,
se não há tempo que carregue
o desejo de ficar à toa
no pensamento, numa saudade boa,
em uma vontade, em um sossego,
em uma pessoa.

setembro 24, 2010

Alguém

ter alguém aonde possa ir
descansar e esquecer
ter alguém aonde possa chegar
para deitar e adormecer
alguém que é um lugar
que é pedaço de chão
no país dos meus sonhos
alguém pra descobrir
colocar minha bandeira
alguém para chamar de casa
para chamar de pátria
para chamar de meu

setembro 07, 2010

Para amanhã

Guarda para amanhã
as coisas que precisam de mais tempo,
o beijo que precisa ser mais lento,
a palavra que precisa ser pensada antes de dita,
a ação que dever ser pesada antes de feita,
guarda para amanhã
um pouco de tanta sede,
um pouco de tanto passo,
um pouco de tanta de gente,
guarda para amanhã
logo tudo há de ser,
o que não é agora
o que sem demora.
Tarde demais,vai amanhecer.

agosto 26, 2010

Minha

E quando eu estiver nua do tempo
e dos meus compromissos alheios,
quando não tiver obrigações
nem responsabilidades,
afirmo que serei,
no todo tempo disponível,
para encontros e desencontros,
serei minha.

agosto 12, 2010

Pisados

Sobre o gramado,
base de poemas jogados,
humanos compõe versos
fortemente emotivos.
Parece estranho e errado 
pensar que sentimentos podem ser 
manuseados com os pés, 
muitas vezes, calejados.
Perder e ganhar, 
ganha significado ao pairar 
do esférico circulo alado
que conduz olhares de milhões 
para o desfecho tão esperado.
A guerra das nações foi decretada 
e quem ganha somos todos nós
nessa disputa sem algoz.

agosto 04, 2010

A vida é bela

Meu olhar e minha paixão
pelas coisas de fora
me fascinam e quase me levam
apesar da beleza quase que irresistível
apesar da doçura e do deslumbramento
apesar da vontade e querer de estar longe
a vida é uma cilada sem chances de fuga
eu quase me esqueço, mas quando me toco
quando a ventania começa a soprar mais forte
me vejo, me tenho e me lembro.

julho 27, 2010

Meu amor

Meu amor ainda é de ontem
Um velho amor adormecido
Não criou modernidades ou expectativas
Ainda é inocente em face do desconhecido
Meu amor tem uma história
Tem um gesto e uma palavra
Não renasce e se abre de um novo beijo
Ainda é algum encontro no tempo
Meu amor não é de, nem para agora
Vem comigo e espera
Não tem a pressa dos anos ou da paixão
Ainda é jovem mesmo sendo tarde demais
Meu amor virá por todos os poros
Da alma e se sobreporá a tez
Não trará da espera seu sentido de razão
Ainda será livre mesmo na sua entrega

julho 23, 2010

Perder

Saltam os dados,
Atua a probabilidade.
Destino pode não existir,
Sorte pode.
Mas não dessa vez.
Um sorriso ao vencedor,
Ignorado.
Sobe poder.
Perder também é ganhar.
Perder também é o pior.
Competição, é o que vale - baboseira.
Não se joga pra perder.
Vencer, fortificante,
o sorriso que se nota.

junho 07, 2010

Rosa Colombiana

Estou muito certo, isso nunca aconteceu comigo antes.
Agora eu vejo, esse é o jeito que se supõe ser.
Esse é o jeito que deveria ser.
Esse é o jeito que deveria ser, para os amantes.
Eles não deveriam ir sozinhos.
Não é tão bom quando é seu por seus próprios.
Como o florista que passou, ela sorrindo.
Ele sabe, que não deveriam ir sozinhos.
E esse é o jeito que deveria ser.

maio 04, 2010

~

All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old.

abril 26, 2010

Ela

Ela não é exatamente quem gostaria de ser, 
é muito daquilo que pensa estar longe.
Não é o retrato mais fiel da bondade,
da sinceridade, da beleza
e até mesmo da pureza que sabe não possuir.
Ela foge da efusão. 
Em momentos diversos,
mistura sua fala descoordenada
e sua raiva bem mal canalizada, 
faz daquele que é o retrato de um sonhador,
seu refugio, sua força, seu amor e desamor.
Ela que em horas é a pessoa em simplicidade 
em outras é o apogeu da complexidade.
Ela que não sabe ser, mais sabe querer.
É um poço de saudades,
uma mistura de vontades,
um livro entreaberto.
Não passa de uma andarilha,
não fotografável 
e, talvez, extremamente desvendável.

abril 18, 2010

Começo e Fim de Alice no País das Maravilhas – Lewis Carroll

"Alice estava começando a se cansar de ficar sentada ao lado da irmã à beira do lago, sem ter o que fazer: uma ou duas vezes ela tinha espiado no livro que a irmã estava lendo, mas o livro não tinha desenhos nem diálogos. “ E de que serve um livro”, pensou Alice, “ sem desenhos ou diálogos?  
  Por fim ela imaginou que esta irmãzinha seria no futuro uma mulher adulta, que ela conservaria nos anos mais maduros o coração simples e amoroso da sua infância, que ela reuniria ao redor de si outras crianças, fazendo os olhinhos brilharem desejosos de mais uma história estranha, talvez até com o sonho do País das Maravilhas...”

março 23, 2010

Não mais, quase 23.

Novembro vence um mês.
Quantos raios Zeus precisou,
para conquistar Afrodite?
Relacionamento, envolve a participaçao de dois.
Afrodite se contem.
Enquanto isso,
no planeta Terra.
Dois patinhos,
vivendo em um aquário,
banhados pelas correntezas frescas,
acomodados, em paz.
Olhar para fora assusta,
é o medo da imensidão.
Mas novembro vence um mês,
e há comemoração.

março 15, 2010

Apaga-se

Metade de uma linha,
passo quadrado.
Incerto,
trata-se da montanha,
mede-se distâncias.
Apaga-se lembranças.
Meio termo de sorriso.
Um olhar difuso, mas intenso.

março 13, 2010

Pequeno e Amado Príncipe.

-Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

março 01, 2010

Passo

Sem sangue, mas ferido,
por alguns dos trovões da sua vida
e a meio passo, a água me impede:
é a chuva que cai deste céu.
Então toco o órgão choroso,
sei que ali seus olhos penetram,
pela extenção de minha linha
e o sussurro calado baixo vive.
Questiona, mas não há nome.
Mantêm-se a palpitação d'água,
o meio passo solitário.
Assim, meu bem, sei do ferimento.
Mesmo que nem sombra diga
a luz errante, a chuva de um beijo.

fevereiro 22, 2010

Partir

Você pode ir embora e nunca mais ser a mesma.
Você pode voltar e nada ser como antes.
Você pode até ficar, pra que nada mude, 
mas aí é você que não vai se conformar com isso.
Você pode sofrer por perder alguém.
Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento importante na sua vida;
mas o que vai te fazer falta mesmo, 
o que vai doer bem fundo,
é a saudade dos momentos simples.
Sua mãe te chamando pra acordar; 
seu pai te levando pela mão; 
os desenhos animados com seu irmão; 
o caminho pra casa com os amigos e a diversão natural; 
o cheiro que você sentia naquele abraço.
Esperar não significa inércia, 
renunciar não quer dizer que não ame;
abrir mão não quer dizer que não queira; 
o tempo ensina, mas não cura.

fevereiro 09, 2010

Decepção

E o sangue vazou
que pelos olhos,
ela os fechou
isto nao impediu a corrente.
Traiu.
O punhal ainda pinga o transparente
que brotara de local incomum.
Incomum aqueles que nao cedem de si.
Comum aqueles que confiam.

fevereiro 03, 2010

Mais um.

O que há de tão atrativo em meu órgão?
Responda-me mundo.
Parece simples como respirar,
a forma com que levas minhas frações.
Sei os sorrisos que as levam,
mas próximos nunca estarão como já estiveram.
Já deveria estar acostumada,
mas a dor não passa.

fevereiro 02, 2010

Lavando lágrimas

Se é pra chorar,
Chorarei.
Minhas próprias mãos
Recolheram brilhantes lágrimas.
O líquido choroso se espalhará,
Escorrerá pelos meus dedos.
Lambuzará as juntas.
Encharcará as linhas.
E o líquido partirá.

janeiro 28, 2010

Quase 23

Foram tantos os lugares por onde passei
Que nem sei onde estou.
Ilustro paisagens, que você diz que inventei.
Faz parte da viagem.
Vago em um jardim de plantas diárias.
Parece que o inferno congelou,
Vou erguer as velas, puramente aquecer o céu.
E que Rapunzel aguente como deve ser.
Você diz tudo que sabe, sem saber.
Enquanto reviro discos, que nada têm a dizer.
23:22. Não toque assim de leve, para se divertir.
Pode me dar uma passagem para o céu,
Mas talvez eu queira outras paisagens.
Para menores preocupações, bata a porta.

janeiro 26, 2010

Todas

Queridas,
vocês só tem sentindo pra quem as ama.
E significado não é suficiente para descreve-las.
Afinal como descrever algo escrito?
Companheiras de sentidos,
carrego algumas, espalho outras.
Umas são simplesmente lembranças.
Metaforas não remetem.
Sutis e fortes, doces, fracas.
Todas vocês.

janeiro 20, 2010

Tudo posso entre aspas

Sinto muito,
não era minha intenção te esquecer,
em cima da cabeceira.
Melhor que eu,
sabemos o que significa.
Entrei e vi,
esquecida fui por tanto tempo,
ainda muito mais serei.
Sei que posso,
e acho certo.
Não, agora não vou contrariar.
Apenas deixe que as aspas afirmem seu lugar.

janeiro 05, 2010

The sound of silence

And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one dared
Disturb the sound of silence.

Paul Simon

dezembro 28, 2009

Ar

Atravessando infinitos campos,
subjulgando nítidas paisagens.
Foi-se o tempo dos olhares.
Sentir torna-se mais que precioso.
Necessário.
Imperfeito aquele que não toca.
Brutal o que não sente.
Ir é escapatória e obrigação.
Mas há complexidade em abandonar,
tal que se torna insuportável inspirar.
Percorrendo a paisagem,
desvendando e subitamente esquecendo seus segredos.
Tudo isso tem um quê de descoberta.
Pessoal a cada um está a sua.
Deixa-se soltar o fluido.
Claramente os segundos passam.
Não há como prendê-los.
Que o tempo parta e o espaço acabe.
Inspire pela última vez,
e agradeça ao ar pela oportunidade.

dezembro 26, 2009

Amiga

Construimos nossas vidas, 
olhando uma para a outra,
participamos de cada passo à frente,
de cada queda,
nos demos as mãos,
nos largamos,
nos abraçamos novamente.
Eu não teria crescido sem a sua proteção
e você não envelhecerá sem o meu carinho...

Quando viemos ao mundo,
sabíamos que nossa relação de amor seria especial.

dezembro 21, 2009

Guarde o seu sorriso só prá mim,
Que eu te dou o universo em meu olhar.
Se sentir na pele um arrepio,
São meus dedos te tocando pra te contar.
Sou fã do seu jeito, sou fã da sua roupa,
Sou fã desse sorriso estampado em sua boca.
Sou fã dos teus olhos, sou fã sem medida.
Sou fã número um e com você sou fã da vida.

dezembro 14, 2009

Tão longe, Tão perto.

Apesar de estarmos em cantos diferentes,
olhamos para a mesma lua
 e caminhamos na mesma superfície.
Vemos a mesma terra e o mesmo céu,
até o sol e as estrelas que nos iluminam
e nos cobrem são as mesmas,
o ar que eu respiro é o mesmo ar que você respira,
o amor é o mesmo,
a dor é a mesma.
Eu e você estamos distantes apenas de presença,
mas não de alma,
pois tudo que se ver nos une.
E diante de tudo isso a única distancia que existe de verdade
é a do pensamento até a alma.

dezembro 06, 2009

Denominando o futuro

o futuro tem muitos nomes
para os fracos, é o inatingível;
para os temerosos, o desconhecido;
para os valentes é a oportunidade!

dezembro 01, 2009

Fim do dia.

Amante do adeus,
adeus ao sol.
Dia após dia.
Adeus luz.
Despedidas ao tempo, ao relento.
Segurança em permaner,
receio de continuar.
O vento arranca as últimas lembranças.
O horizonte as suga.
Luz, leva contigo a história de hoje.

outubro 30, 2009

Perdoe-me esperança

desculpe-me esperança, mas já não dá mais
eu terei que te deixar, eu preciso te perder
encarar o seu avesso, estou quase pronto
à realidade, pois há realidade, eu sei
entendo que é a última que morre
mas, apesar de última, também morre
e eu não
eu preciso continuar, é muito cedo ainda…
eu preciso, apesar de tudo, continuar
desculpe-me esperança, mas não posso te esperar.

outubro 22, 2009

Beijos e Légrimas Infinitos

Ele beijou cada lágrima que brilhava, lentamente,
Os olhos brilhantes fitavam, não conseguiam crer.
Milhares de Lágrimas.
Milhares de Beijos.
Gentileza na ação, desespero no suspiro.
A paixão rebate com o ar.

outubro 19, 2009

Milênios em vão

Milênios correm enquanto você caminha.
Eu somente observo.
Sem forças para te alcançar.
Exausta pelas tentativas.
Exasperada pelas frustações.
Você negou.
Enfim, desisti.
Hoje nós somos o inverso de ontem.

outubro 13, 2009

Contra Vontade

Os passos receosos temem se surpreender
Calmamente estusiasmados descobrem o local.
A surpresa é apaixonante.
O beijo roubado é lembrança.
Os olhos não querem redescobrir a paixão.
Temem a surpresa, não a querem.
O chão, perto dos olhos, tamanha frustação.
Os passos incertos são consequência,
De passos certos que se perderam.
Os olhos baixos resultado
Dos que desviaram.
A cicatriz ainda se fecha.
O passado ainda se sente.
Contra vontade.

setembro 29, 2009

Impulsos Fatais

Há sonhos que queríamos ter,
há verdades que preferimos esquecer,
há suposições que não queríamos encarar.
Quando a tulipa morre,
a mente se esvai,
não se pensa ao mesmo tempo em que chora,
mesmo que a lágrima evite.
A si próprio a força ataca,
não se pode ser maior,
impossível encarar.
E como encarar a alma
enquanto a estrela ainda brilha
e um imenso laranja brota?
Eu juro que tentei.
Para quem eu juro?
Os meus passos forço sozinha,
não fui ensinada.
É a mim que juro.
É por não encarar a alma,
que os olhares podem ser desvendados, lidos, escritos.

Sentidos.
Sentimentos são facilmente domáveis,
talvez fácil demais.
Mas impulsos são fatais.

setembro 22, 2009

Farejador

Respirando cada gota manchada,
Ignorando qualquer suspiro,
Evitando olhar o relógio,
Aproveitando cada gesto.
Farejador, cruel Farejador.

setembro 14, 2009

Para deslembrar

Senti o ato.
E o recusei.
Não o queria.
Não mesmo.
Mas quando percebi;
Já dava vida ao infeliz.