Era o que aguardava
Sutilmente com a respiração intercalada
Cada olhar, a sensação
Simplesmente a presença
Apagava todo o resto
Mas não o suficiente
Lá estavam
Todos e ninguém
Era o que aguardava
Sutilmente com a respiração intercalada
Cada olhar, a sensação
Simplesmente a presença
Apagava todo o resto
Mas não o suficiente
Lá estavam
Todos e ninguém
Estive a deriva
Foram horas ou dias
Cada minuto escuro
Encharcada da cabeça aos pés
Aguardando a inundação
Se fui presente no passado não há lembrança
Confiança no que será
Medo do que sei que acredito
Como uma queda brusca ao infinito
Na insônia a promessa
Tortura a mente inquieta
Me prende ao chão.
Foi numa noite como esta
Em pleno breu
No escuro da solidão
Me enxerguei
Como o que não poderia ser
O silêncio dos meus batimentos
Entregue
Não são meus
Não sei nem o que são
Automaticamente viva
Isoladamente sobrevivente
Através de dias, fiquei
Seu olhar reluzente
Algo que não sabia ler
Vã esperança talvez
Estive ali
Como a espreitar
Vivendo de brincar
Apenas por me divertir
Te esperei
Suas incertezas suportei
Fui sua compensação
E gostei de ser
Venci em esperar
Segredos surrados
Desejos realizados
Quantos mais você quer?
Te doei meu tempo
Entreguei meus sonhos
De braços abertos e mãos atadas
Te esperei
Apenas fique
Se isso te agrada
Não tentarei te convencer
Posso esperar
Mas nunca fingir
Assim como os meses fingiram em dias
Se me cansar posso esquecer
Como trouxeram, os reis levaram
Foi como melancolia sólida
A lembrança de cada brilho aparecendo
Desta vez sendo recolhidos
Da alegria a tristeza
Conjunto a solidão
Estive em prantos
Talvez pela saudade de dias atrás
Ou talvez seja o vazio da ausência
Vermelho se fazendo memória
Virou, lampejo de um futuro